'Felizes', diz brasileiro que dividiu voo com a Chapecoense antes de acidente
Morador de Itanhaém estava em voo comercial até Santa Cruz de La Sierra.
Marcelo Sanchez seguiu viagem e só soube da tragédia por amigos

Equipes de resgate leva corpos embalados após retirá-los dentre os destroços do avião da LaMia perto de Medellín, na Colômbia (Foto: Raul Arboleda/AFP)
Um morador de Itanhaém, no litoral de São Paulo, estava no mesmo voo comercial que levou, na tarde da última segunda-feira (28), a delegação da Chapecoense e jornalistas do aeroporto de Guarulhos até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde os jogadores trocaram de aeronave e pegaram um voo fretado.
O advogado Marcelo Sanchez, de 31 anos, aparece em um vídeo gravado pelo zagueiro Filipe Machado, ainda dentro do avião da companhia BoA em solo brasileiro. Ele seguiu viagem até La Paz para acompanhar o velório da avó paterna e contou ao G1 sobre os últimos momentos que passou ao lado do grupo e sobre o clima festivo.

Marcelo viajou para Bolívia por conta de velório da avó (Foto: Arquivo Pessoal)
Por telefone, Sanchez revelou que não é fã de futebol e só ficou sabendo que viajaria junto com um time de futebol enquanto aguardava o embarque no saguão do aeroporto. Ele mandou mensagem para os amigos contanto que estava perto de jornalistas e jogadores e que entraria no mesmo avião.
O voo em que o advogado estava tinha como destino a capital boliviana La Paz e fez escala em Santa Cruz de La Sierra, onde a delegação da Chapecoense desembarcou para troca de avião rumo à Colômbia. Já Sanchez e outros passageiros seguiram viagem na mesma aeronave comercial que partiu de São Paulo
"Eu não entendo muito de futebol, mas chamou a atenção porque tinha muitos repórteres e até um locutor de uma rádio de Chapecó que sentou do meu lado. É muito triste porque eles (jogadores) estavam felizes. Vi eles dando entrevista e jogando cartas o voo inteiro. Foi um voo de mais de três horas. Eles estavam espalhados no
avião e sempre um vinha brincar com o outro, batia na cabeça fazendo molecagem. É triste saber que eles estavam tão felizes e não chegaram aonde queriam. Soube da tragédia quando cheguei porque meus amigos estavam preocupados", lamentou o advogado.
As histórias de bastidores que ouviu dentro da aeronave enquanto esteve com o grupo que viajava para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional de Medlín (Colômbia) jamais serão esquecidas. "Um dos jogadores que não me lembro o nome estava sentado na poltrona atrás daquela que eu estava. Ouvi ele comentando que iria jogar, depois voltar para casa, depois iria para Porto Alegre ver a família. Se juntar todas as histórias que fui ouvindo dá uma tristeza", acrescenta.
Desespero de mãe
A mãe de Sanchez, Rosângela Modesto, que também mora no litoral paulista disse que acordou assustada com a notícia do acidente e logo tentou contato com o filho.
"Ele já havia chegado, porém, fiquei confusa. Eu acordei e vi que o voo comercial que saiu de tarde para Santa Cruz tinha sofrido um acidente e liguei pra ele. Graças a Deus ele me confortou dizendo que já havia chegado ao destino. Neste momento só tenho dois sentimentos: o de estar aliviada pelo livramento dele e a tristeza pelos jovens que se foram", disse Rosângela.

fonte:http://g1.globo.com/
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